quinta-feira, 8 de julho de 2010

Odeio em teu lugar.

Odeio tudo e todos que te fazem sofrer. A vizinha chata que escuta a pregação do pastor pelo rádio às 6 da manhã. A dor de cabeça que te inferniza quando teimas em não almoçar. As piadas sem graça do teu chefe que te fazem lançar um sorriso forçado no lugar de uma resposta ácida. As tuas regras e todos os teus hormônios que te fazem a antítese de ti a cada seis meses. Enfim... Odeio até este amor que sentes e que te deixa mal, que te faz beber todas as garrafas de vinho e tirar os discos de Dolores do armário. Este amor que sistematicamente te deixa na fossa e te faz ver beleza nisto. Este amor que te afasta dos teus, inclusive de mim. Odeio-o em teu lugar porque sei que não podes odiá-lo. Faço-o por ti. Ofereço-me neste sacrifício, pois sei o quão é pecado odiar o amor alheio. Esta falta não quero pra ti. Sei que anseias por este amor e que te alimentas com as migalhas que te são ofertadas, mas também sei que nem percebes o castigo que te impões. Não te culpo por isto. Também gosto de gostar de alguém. Mesmo depois que mataste minha fé em amores sem porvir. Deste teu mal, também sofro, românticos incorrigíveis...

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