terça-feira, 14 de setembro de 2010

Metáforas

Como sinto falta das metáforas do teu corpo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Avant la Haine

Música responsável pelas incontáveis lágrimas dos últimos dias.

Para quem quiser ouvi-la:
http://www.youtube.com/watch?v=SMPGp4nDA10

Avant La Haine
Lui :
Sais-tu ma belle que les amours
Les plus brillantes ternissent
Le sale soleil du jour le jour
Les soumet au suplice

J'ai une idée inattaquable
Pour éviter l'insupportable

Avant la haine, avant les coups
De sifflet ou de fouet
Avant la peine et le dégout
Brisons-là s'il te plait

Elle :
Mais je t'embrasse et ça passe
Tu vois bien
On s'débarrasse pas de moi comme ça

Tu croyais pouvoir t'en sortir,
En me quittant sur l'air
Du grand amour qui doit mourir
Mais vois-tu je préfère
Les tempêtes de l'inéluctable
A ta petite idée minable

Avant la haine, avant les coups
De sifflet ou de fouet
Avant la peine et le dégout
Brisons-là dis-tu

Lui :
Mais tu m'embrasses et ça passe
Je vois bien
On s'débarrasse pas de toi comme ça

Lui :
Je pourrais t'éviter le pire

Elle :
Mais le meilleur est à venir

Ensemble :
Avant la haine, avant les coups
De sifflet ou de fouet
Avant la peine et le dégout

Lui :
Brisons-là s'il te plait

Elle :
Mais je t'embrasse et ça passe
Tu vois bien

Ensemble :
Avant la haine, avant les coups
De sifflet ou de fouet
Avant la peine et le dégout

Elle :
Brisons-là dis-tu

Lui :
Mais tu m'embrasses et ça passe
Je vois bien

Lui :
On s'débarrasse pas de toi comme ça

Elle :
On s'débarrasse pas de toi comme ça

Antes do Ódio
Lui :
Saiba, minha linda, que os amores
Os mais brilhantes se sujam
O sol sujo do dia a dia
Submetem-lhes ao suplício

Tive uma idéia irrefutável
Para evitar o insuportável

Antes do ódio, antes dos golpes
Dos assobios e dos chicotes
Antes da pena e do desgosto
Vamos terminar, por favor

Elle :
Não, eu te beijo e isso passa
Você bem sabe
Não se livre de mim assim

Você acredita que vai se sair bem dessa
Me abandonando ao léu
Do grande amor que deve morrer
Mas você sabe que eu prefiro
As tempestades do inevitável
À sua pequena idéia idiota

Antes do ódio, antes dos golpes
Dos assobios e dos chicotes
Antes da pena e do desgosto
Você diz para terminarmos

Lui :
Mas eu te beijo e isso passa
Eu sei bem
Não me livro de você assim

Lui :
Eu poderia evitar o pior

Elle :
Mas o melhor está por vir

Ensemble :
Antes do ódio, antes dos golpes
Dos assobios e dos chicotes
Antes da pena e do desgosto

Lui :
Vamos terminar, por favor

Elle :
Não, eu te beijo e isso passa
Você bem sabe

Ensemble :
Antes do ódio, antes dos golpes
Dos assobios e dos chicotes
Antes da pena e do desgosto

Elle :
Você diz para terminarmos

Lui :
Mas eu te beijo e isso passa
Eu sei bem

Lui :
Não me livro de você assim

Elle :
Não me livro de você assim

sábado, 14 de agosto de 2010

Beijos

Se tu beijas, tu mordes também? Se tu não beijas, então por que mordes?

Casais

Casais perfeitos não deveriam se separar jamais.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sobre a sincronicidade dos encontros (ou a falta dela)

Sabe aqueles dias em se fica deitado numa rede, sofá, ou o que seja com o olhar perdido no céu e na cabeça pensamentos em flash ou simplesmente o vazio? Pois é, num destes dias, pensei sobre a sincronicidade dos encontros. Na verdade, na falta de sincronismo de alguns encontros. Por vezes cruzamos com pessoas perfeitas, mas nos momentos mais inapropriados. Eu, particularmente, acho isto muito injusto. Mas ninguém disse que o mundo é justo.

Tem gente que adoraria ter uma máquina do tempo que permitisse voltar ao passado e consertar algumas mancadas, fazer algumas coisas de forma diferente... Eu não. Preferiria se pudesse escolher o momento de encontrar algumas pessoas que são/foram muito importantes mas que passaram por minha vida em momentos não exatamente perfeitos. Não é sempre, mas às vezes imagino o que poderia ter sido se alguns encontros tivessem ocorrido em outras circunstâncias. Já pensei nisto com relação a ti, mas não muitas vezes. Antes pensava mais. Hoje, nos devaneios das tardes mornas, meu desejo é outro. Gostaria de ter te encontrado aos 16/17 anos e ter feito parte de tua história por algum tempo e depois ter sumido pra te reencontrar aos 27. Um reencontro com significado, mas também só por um momento para depois sumir de novo. Finalmente, gostaria de ter te encontrado aos 37, numa mesa de bar, exatamente como foi, mas sem sumir desta vez. Queria ter tido o privilégio de ter feito parte de tua vida, mas sem o desgaste dos anos. Sem o peso do dia-a-dia numa relação. Queria ter tido o sabor dos reencontros. Aquilo que reaquece o que se nunca apagou, que ficou em quarentena esperando uma nova oportunidade. Puro devaneio, eu sei. Amor que não se conforma com os desencontros...

Esta ideia me passou pela cabeça tempos atrás. Tua foto ainda criança me fez lembrar dela. Quando te conheci, tinha curiosidade de saber como eras quando adolescente. Tinha vontade de ver fotos tuas daquela época. Talvez fosse já fosse esta ideia se manifestando...

Odeio em teu lugar.

Odeio tudo e todos que te fazem sofrer. A vizinha chata que escuta a pregação do pastor pelo rádio às 6 da manhã. A dor de cabeça que te inferniza quando teimas em não almoçar. As piadas sem graça do teu chefe que te fazem lançar um sorriso forçado no lugar de uma resposta ácida. As tuas regras e todos os teus hormônios que te fazem a antítese de ti a cada seis meses. Enfim... Odeio até este amor que sentes e que te deixa mal, que te faz beber todas as garrafas de vinho e tirar os discos de Dolores do armário. Este amor que sistematicamente te deixa na fossa e te faz ver beleza nisto. Este amor que te afasta dos teus, inclusive de mim. Odeio-o em teu lugar porque sei que não podes odiá-lo. Faço-o por ti. Ofereço-me neste sacrifício, pois sei o quão é pecado odiar o amor alheio. Esta falta não quero pra ti. Sei que anseias por este amor e que te alimentas com as migalhas que te são ofertadas, mas também sei que nem percebes o castigo que te impões. Não te culpo por isto. Também gosto de gostar de alguém. Mesmo depois que mataste minha fé em amores sem porvir. Deste teu mal, também sofro, românticos incorrigíveis...

De que serve?

De que me serve este amor se ele é só querer? Se é só desejo? Se só existe na minha vontade? Talvez até exista na tua, mas de que adianta se não estás aqui para dizê-lo? Pra quê ele se só me serve para transformar-me num num romântico piegas que chora a cada rima fácil de canções melosas que tocam nas rádios? Pra que pensar em ti quatro, cinco, sei lá quantas vezes por dia se os pensamentos são só fumaça que me enterram numa realidade etérea. De que me serve um amor se ele não pode se concretizar? De que me serve?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Cansado

Hoje acordei com uma certa dificuldade, uma sonolência típica dos dias quentes - mas não fazia calor. Uma letargia de quem perdeu o prumo, o rumo, a vontade de seguir em frente. Dei-me conta de que estou cansado. Cansado de muitas coisas, de tuas coisas, de coisas que já foram nossas. Cansado de amores difíceis, impossíveis ou improváveis. Cansado de te buscar em todos os cantos. Cansado de mendigar tua atenção. Cansado de tentar te sentir nas bocas que mordo. Enfim … cansado.

O chão frio na sola dos pés, a luz fria que entra pelo buraco na cortina, a monotonia dos sons da rua, tudo isto me empurra de volta pra cama, mas pra lá não quero voltar - os lençóis ainda trazem teu cheiro. Isto me assusta. Acendo um cigarro. Não, eu não fumo, mas na ausência de incenso, uso a fumaça impregnada de nicotina para depurar o ar, para limpá-lo de tua presença. A dose de tequila misturada com café ajuda a despertar meus sentidos. Percorro as mãos pelos bolsos. Moedas, pedaços de papel, embalagem de bombom, tudo ao chão. Roupa ao sexto. Sigo nu a dar voltas pela sala. O carpete azul desbotado ainda guarda alguns fios do cabelo castanho, levemente encaracolado. Alguns deles colam no meu pé. O número da diarista sempre desaparece quando preciso.

A primeira dose do dia é seguida de tantas outras. Tequila, cachaça, rum, uísque, vinho, todas as garrafas e todas as cores são vertidas. Todas, menos uma. Quero outra cor que não lembre o teu olhar. Assim, crio meu Citotec etílico e te aborto aos poucos em tons esverdeados na latrina que a muito não é lavada.

Cansado de te esperar sozinho no quarto. Cansado de ser só. Cansado de ser só teu. Cansado, apenas.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Receituário

Doo-me em doses homeopáticas aos que me merecem. Até mesmo em doses maciças se assim se faz necessário. Aos demais, somente em doses letais.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Dos beijos inesquecíveis

Na categoria de beijos inesquecíveis, sempre elegemos aquele beijo apaixonado iluminado pelo reflexo da tela, ou aquele dado sob a proteção da sombra de uma árvore numa noite adolescente, o beijo roubado, até mesmo aquele beijo de despedida temperado pelo sal das lágrimas que escorrem é lembrado.

Também tenho uma lista de meus beijos inesquecíveis. De tempos em tempos a lista é refeita. Alguns beijos são jogados fora – não eram tão inesquecíveis, outros são incluídos à medida que novas paixões nascem e morrem. O último beijo está sempre lá, ocupando o lugar do penúltimo.

Se tivesse que escolher um único beijo para chamá-lo de inesquecível, não teria dúvida sobre qual seria: o beijo que não foi dado. O beijo ansiado, desejado e que esteve na iminência de ocorrer. Aquele que deixou as mãos trêmulas e o coração a disparar a cada risada que fazia nossos rostos se aproximarem. Aquele que quase aconteceu quando cochichei coisas absurdas no teu ouvido ou ainda quando meus lábios tangenciaram os teus na porta da tua casa. O beijo que não conheço o sabor, mas que pode permanecer perfeito porque idealizado fora e idealizado continua. Tem o sabor, a forma, a duração que imaginar. O beijo que, na minha memória, pode ser repetido infinitas vezes, todas diferentes, todas perfeitas. Inesquecível porque seria a uma só vez o começo de tudo que poderia ter sido e a despedida do que fomos juntos.

Eles se merecem.

Fidelidade nunca fora seu forte. Falo desta fidelidade formal que se atém somente à exclusividade sexual entre companheiros. Se ela desejava, ela buscava. Quase sempre conseguia. Após os prazeres saciados, voltava leve ao seio conjugal. Ela era fiel às suas vontades. Bom, quase sempre. Costumava dizer que sua fidelidade era circunstancial. Se as coisas estavam bem, os prazeres eram todos domésticos. Bastava uma leve discussão, sua vingança se consumava numa cama desconhecida.

Assim costumava ser. Com o tempo, adquiriu uma habilidade de criar desculpas para justificar suas ausências. Seu marido acreditava ou fingia acreditar. Sempre saiam juntos para as festas, mas isto nunca fora dificuldade para ela. As ruas laterais da boite que frequentavam eram testemunhas de sua capacidade de driblar os cuidados de seu esposo. Seus tentáculos nunca a prenderam. Eram felizes assim. Os amigos sabiam de seu comportamento livre, mas nunca ousaram uma intromissão na vida dos dois. Eram felizes, ora bolas!

Ela tomava suas precauções. Os encontros de uma noite não sobreviviam ao nascer do sol. Nada de telefones, emails ou o que seja. Quando acontecia com conhecidos, ou mesmo amigos, os contatos eram evitados por semanas. Isto garantia a distância que salvaguardava seu casamento. Eram felizes, afinal.

Algumas coisas não são tão simples. Os sussurros, as palavras loucas ditas num certo sábado permaneceram em seus ouvidos por mais tempo do que deveriam. Os arranhões deixaram marcas profundas em seu querer. Seu desejo era de repetir tudo a cada sábado, mas ele evitou todo e qualquer contato. Isto a deixava louca, obsessiva mesmo. Nenhuma resposta aos seus email, mensagens ou ligações. Restava-lhe o acaso, mas, apesar de suas constantes rondas noturnas, um novo encontro “casual” não ocorreu. Em casa, o sexo se tornou burocrático - obrigação conjugal. Garrafas de vinho lhe ofereciam o torpor e o esquecimento para desvanecer sua paixão. Faca que corta a carne e expõe as veias que latejam desejo. Assim foi, até que o esquecimento lhe trouxe a paz de volta. Esquecimento que tudo sara.