segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Amor de conveniência

Eles se amaram no passado. Não faz muito tempo, ele resolveu ligar para ela. Um bar, uma cerveja, uma conversa. Ela aceitou, afinal as coisas de antes não foram totalmente apagadas e além do mais, ele trepava muito bem. Os encontros se sucederam, mas cada um cultivando suas liberdades emocionais. De fato, ela tinha outras pessoas. Com algumas ela tinha até amor e um bom sexo, mas não se furtava a manter os encontros quase semanais com a antiga paixão. Ele, do seu lado, já não conseguia imaginar-se sem aqueles encontros. Já não mais era senhor de seus sentimentos e aos poucos o cheiro de sua vagina se tornara uma adicção para ele. A paixão se instalara mais profundamente do que nos tempos de faculdade. Ele estava louco. Já não conseguia se relacionar com nenhuma outra mulher, nem mesmo uma relação vazia de uma, duas semanas. Ela também começava a pensar no encontro dos dois de uma forma mais significativa. Outros parceiros ficavam cada vez mais raros. Ele decidira chamá-la para morar com ele. Antes que ele tivesse chances de fazer esta proposta, ela procurou-lhe para comunicar-lhe algo. Era visível a ansiedade em seu corpo. Apesar disto, ela carregava um sorriso iluminado. Ela estava grávida. Tinha certeza que era dele, afinal, com os demais ela sempre tomava precauções. Ele ficara surpreso com a notícia. Um tanto abalado para ser mais fiel aos fatos. Mesmo diante das certezas que ela apresentava, ele não estava convencido que seria mesmo coparticipante daquela situação. Na cabeça dele, poderia ser de qualquer um. Ainda mais porque ele sabia que pelo menos com um dos outros caras havia sentimento. Seu orgulho de macho fazia com que ele imaginasse aquela criança, que ainda estava por vir, crescendo com os traços que não lembrariam os seus. O que dizer para os amigos? Tomou uma decisão - não mais a convidaria para morar com ele. Em dois meses estava casado. Cinco meses depois saberia que seria pai. Desta vez com toda a certeza que seu orgulho de macho necessitava. Sua antiga paixão pariu sozinha. Não exatamente sozinha, pois uma de suas relações efêmeras, justamente aquela que guardava algum sentimento, durou mais do que o esperado e ele não possuía o mesmo orgulho de macho. Ele decidira ficar ao lado deles. Amor incondicional...

2 comentários: